Um ano “quente” e infeliz para uma escola tão tradicional… e eu fui o diretor das cuícas!
A Flor da Mina é uma escola muito tradicional no Rio de Janeiro. Fundada em 1962 no alto do morro do Andaraí, teve seus anos de glória no início da década de 90 quando, contando com o apoio de Miro Garcia (presidente do Salgueiro à época), que se tornou patrono da agremiação, apresentou belíssimos carnavais. No entanto, nos últimos anos vem amargando seguidos rebaixamentos, manchando sua rica história…
Quadra da escola |
Comecei a fazer parte da escola por acaso. Conheci o presidente da escola, Carlinhos Melodia, em um destes sambas da vida. Ele me disse que estava tentando levantar a escola no carnaval de 2013 e precisava de pessoas dispostas a ajudar. Ora, era óbvio que eu poderia fazer alguma coisa. A partir deste dia virei, “oficiosamente”, o diretor de cuícas.
Carlinhos Melodia, presidente da escola |
O ponto negativo de trabalhar em uma escola que está no grupo de acesso D é que ninguém, absolutamente ninguém, fica empolgado para ir ao ensaio da bateria. Você acha muita gente para tocar, mas sempre naquele esquema de pegar a fantasia na semana do carnaval e aparecer para o desfile. E isso faz muita diferença…
Bateria “Atrevida” |
Detalhe da camisa da fantasia da bateria |
Digo isso porque o mestre Alex ainda conseguiu impor um ritmo gostoso à bateria “Atrevida”, que sacudiu quem compareceu à Intendente Magalhães na terça-feira de carnaval. A Flor da Mina estava bem, exceto por um detalhe…
Ficou difícil para a escola depois do incêndio (fonte: O Dia) |
No dia 31 de outubro ocorreu um incêndio na zona portuária que destruiu o barracão da Flor da Mina (leia a reportagem aqui). É óbvio que um incêndio destas proporções tão próximo do carnaval causa arrepios em qualquer um que tenha ligação com a escola. Não se falava, mas as chances de realizar um desfile bonito acabavam ali. A fantasia da bateria, que prometia ser um dos destaques, não foi mais do que uma calça branca, uma camisa do enredo e um chapéu. Era nítido o desapontamento.
Entretanto foi surpreendente. Quem esperava um desfile triste e sem emoção, viu justamente o contrário. As fantasias eram muito simples, pois tudo havia sido queimado, mas o carro alegórico e a diretoria foram muito aplaudidas, tirando lágrimas de alguns integrantes da velha guarda, que eram os mais empolgados.
O carro alegórico foi um ponto alto do desfile |
No fim, ah, deixa o fim pra lá… apenas cliquem em “play” e curtam o show!